Na última década, o perfil socioeconômico do país mudou -e muito. A principal novidade foi o fortalecimento da classe C, composta por famílias que têm uma renda mensal domiciliar total (somando todas as fontes) entre R$ 1.126,00 e R$ 4.854,00. Os números indicam que ocorreu uma considerável mobilidade social nos últimos anos: entre 2004 e 2010, 32 milhões de pessoas ascenderam à categoria de classes médias (A, B e C) e 19,3 milhões saíram da pobreza. A classe C é hoje detentora de 46,5% da renda nacional.
Não se pode dizer que o país tenha mudado da noite para o dia. A modificação resulta de múltiplos fatores, da estabilização de preços às mudanças demográficas, da educação ao mercado de trabalho. No início da década passada, a classe C representava 40% da população. Em 2010, essa parcela era de 52%%. Para se ter uma idéia a tradicional Pirâmide Social do país, que concentrava na base os mais pobres — e também a maioria da população brasileira —está perdendo sua configuração. Hoje, é na classe C, onde está a maioria da população a nova representação desta nova Pirâmide.
Outro fator interessante para medir essas mudanças são as pesquisas. A metodologia utilizada tem como base o Critério de classificação Econômica Brasil, chamado de Critério Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), que analisa, por um sistema de pontos, a classificação social com base na posse de bens e grau de instrução do chefe da família. É bom frisarmos que o avanço não é fruto na melhoria de instrução — um processo que leva muito mais tempo para ser concretizado,—,mas sim do aumento da posse de bens, fruto da expansão da renda e das medidas do governo para acelerar o consumo, como redução do Imposto sobre produtos industrializados (IPI), sobre carros e eletrodomésticos, que têm um impacto grande no mercado e nos resultados das pesquisas, principalmente no ano passado. Para concluirmos, apesar de todos esses avanços, por enquanto, não é possível dizer que o fosso entre ricos e pobres está desaparecendo.
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